domingo, 17 de agosto de 2014


Pessoas com deficiência e a prática de atividade física


Ao se pensar as pessoas com deficiência na sociedade, muitos ainda os vêem como aquele que é incapaz, anormal, “retardado”, doido, entre outros adjetivos. Alguns destes termos são utilizados pela UNESCO para se referir a pessoa com deficiência: inválido, deficiente, anormal, descapacitado, impedido ou minorado. Segundo a Organização Mundial de Saúde, deficiência é toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica. Quando me refiro a alguém com deficiência, não utilizo o termo “portador” por acreditar que a deficiência não se porta como um objeto, ela é manifestada.
De acordo com a professora da Universidade Federal de Juiz de Fora/MG,  Maria Elisa Caputo Ferreira, o sentido da deficiência, na vida de uma pessoa é o resultado do entrelaçamento de sua história pessoal com o meio social onde vive. Quem coloca um indivíduo em desvantagem não são suas características diferenciadas, mas sim as inúmeras exigências familiares e sociais, uma vez que a visão equivocada sobre as pessoas com deficiência leva ao desconhecimento de suas potencialidades, fato que reforça a crença da incapacidade.
 Não podemos esquecer que vivemos em uma sociedade de classe que valoriza papéis e funções preestabelecidas. O homem é valorizado hoje pela sua capacidade produtiva e supervaloriza o belo, sadio, enfim o corpo perfeito. A sociedade dita normas e padrões corporais por meio da cultura, e o deficiente por não se enquadrar acaba sendo excluído.
A luta pelo reconhecimento do deficiente como cidadão não é pequena, e se hoje a sociedade em geral está mais aberta para a inclusão destas pessoas, é conseqüências de muitas lutas dos deficientes e seus familiares.
Atualmente através da eliminação de barreiras ao acesso a participação, hoje podemos vivenciar casos de Inclusão bem sucedidas, tanto no âmbito escolar, como no mercado de trabalho, Claro que não representa maioria.
 A atividade física para deficientes tem sua maior manifestação nos Jogos Para-olímpicos, onde diversos atletas tentam superar seus próprios limites físicos e sociais, mostrando que é possível sim viver como pessoas “normais”. Além disso, inúmeros jogos competitivos ou recreativos vêm sendo adaptados no mundo inteiro para que pessoas com deficiência possam participar.
 Cabe a nós proporcionarmos às pessoas com deficiência espaço para a convivência social, sem preconceito, junto com TODOS, com respeito e neste sentido a prática de exercícios tornar-se importante na busca desta sociabilidade e inclusão. Várias são as atividades que um deficiente pode realizar dependendo é claro da deficiência, do seu grau de manifestação e também do profissional que deverá ter o conhecimento adequado para se trabalhar.
 Importante lembrar que ninguém escolhe ser deficiente e que ainda não existe ainda recurso na engenharia genética que evite a concepção de seres que tragam consigo deficiências físicas, sensoriais (auditivas e visuais) ou mentais. Cabe a nós respeitá-los, reconhecer suas diferenças e incluí-los na sociedade!

Escrito por Jakeline Lisboa
Professora de Educação Física da escola.



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