Pessoas com deficiência e a prática de
atividade física
Ao
se pensar as pessoas com deficiência na sociedade, muitos ainda os vêem como
aquele que é incapaz, anormal, “retardado”, doido, entre outros adjetivos.
Alguns destes termos são utilizados pela UNESCO para se referir a pessoa com
deficiência: inválido, deficiente, anormal, descapacitado, impedido ou
minorado. Segundo a Organização Mundial de Saúde, deficiência é toda perda ou
anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica. Quando
me refiro a alguém com deficiência, não utilizo o termo “portador” por
acreditar que a deficiência não se porta como um objeto, ela é manifestada.
De acordo com a professora da
Universidade Federal de Juiz de Fora/MG,
Maria Elisa Caputo Ferreira, o sentido da deficiência, na vida de uma
pessoa é o resultado do entrelaçamento de sua história pessoal com o meio
social onde vive. Quem coloca um indivíduo em desvantagem não são suas características
diferenciadas, mas sim as inúmeras exigências familiares e sociais, uma vez que
a visão equivocada sobre as pessoas com deficiência leva ao desconhecimento de
suas potencialidades, fato que reforça a crença da incapacidade.
Não podemos esquecer que vivemos em
uma sociedade de classe que valoriza papéis e funções preestabelecidas. O homem
é valorizado hoje pela sua capacidade produtiva e supervaloriza o belo, sadio,
enfim o corpo perfeito. A sociedade dita normas e padrões corporais por meio da
cultura, e o deficiente por não se enquadrar acaba sendo excluído.
A luta pelo reconhecimento do
deficiente como cidadão não é pequena, e se hoje a sociedade em geral está mais
aberta para a inclusão destas pessoas, é conseqüências de muitas lutas dos
deficientes e seus familiares.
Atualmente através da eliminação de
barreiras ao acesso a participação, hoje podemos vivenciar casos de Inclusão
bem sucedidas, tanto no âmbito escolar, como no mercado de trabalho, Claro que
não representa maioria.
A atividade física para deficientes
tem sua maior manifestação nos Jogos Para-olímpicos, onde diversos atletas
tentam superar seus próprios limites físicos e sociais, mostrando que é
possível sim viver como pessoas “normais”. Além disso, inúmeros jogos
competitivos ou recreativos vêm sendo adaptados no mundo inteiro para que pessoas
com deficiência possam participar.
Cabe a nós proporcionarmos às
pessoas com deficiência espaço para a convivência social, sem preconceito,
junto com TODOS, com respeito e neste sentido a prática de exercícios tornar-se
importante na busca desta sociabilidade e inclusão. Várias são as atividades
que um deficiente pode realizar dependendo é claro da deficiência, do seu grau
de manifestação e também do profissional que deverá ter o conhecimento adequado
para se trabalhar.
Importante lembrar que ninguém
escolhe ser deficiente e que ainda não existe ainda recurso na engenharia
genética que evite a concepção de seres que tragam consigo deficiências
físicas, sensoriais (auditivas e visuais) ou mentais. Cabe a nós respeitá-los,
reconhecer suas diferenças e incluí-los na sociedade!
Escrito por Jakeline Lisboa
Professora de Educação Física da escola.
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